terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Paredes de Paris


Na fase da Revolução Francesa em que o país era dirigido pela Convention Nationale (1792-1795, nome da Assembléia que sucedeu à Assembléia Legislativa) foi decidida a criação de um sistema geral, mais racional, substituindo as inúmeras medidas de peso, de volume e de comprimento até então conhecidas.
Assim, estabeleceu-se a medida do
metro, cuja história é cheia de peripécias. Definido como a décima milionésima (10.000.000) parte de um quarto do meridiano terrestre, ele foi adotado como medida de comprimento oficial da França em 1795. No mesmo ano o grama foi calculado a partir do metro: corresponde à massa de 1 centímetro cúbico de água na temperatura de 4° C.
Para generalizar o uso do sistema métrico, foram colocados nos lugares mais frequentados de Paris metros-padrão em mármore, entre 1796 e 1797. Atualmente, só existem dois na cidade. Situado no n. 36 da rue de Vaugirard, este da foto acima é o único que está fixado no lugar original.
Alguns dias atrás a leitora Patrícia Klingl havia lembrado da existência deste marco parisiense.
O sistema não se estabeleceu totalmente nem na França, onde ainda se pode comprar uma "livre" (1/2 kg) de manteiga nas feiras, nem em outros países usando medidas métricas. Como no Brasil, onde há alqueires de várias dimensões.
Há alguns mal-entendidos em trabalhos de história econômica do Brasil por causa de trapalhadas causadas pela variedade de pesos e medidas usadas no país.
Precisaria haver, em alguma universidade, um banco de dados centralizando as informações disponíveis sobre o assunto. O IBGE também poderia realizar esta tarefa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá professor,

Vou aproveitar que não há comentários para parabenizá-lo pelo artigo da FOLHA de 29 de dezembro. Li-o apenas hoje, pois estava de férias.

Eu tenho quase a idade do PT (24 anos) e cresci apreciando a "novidade" que o partido era no Brasil - e talvez por isso sempre me inclinei às ciências humanas, em especial a História e o Direito.

Hoje, advogado, vejo todas essas "estripulias" com enorme tristeza, e o sentimento aumenta ao ler que o Delfim pode voltar. Pergunto-me se ele vai contrariar o Presidente falando "Não, Presidente: primeiro crescer, depois repartir o bolo"...

Aproveito o ensejo para pedir ao Sr. uma referência bibliográfica para História do Brasil. Estou estudando para ingresso na carreira diplomática e quero expandir um pouco mais do Boris Fausto. Qual o Sr. recomenda?

Meu e-mail é o fabio.mello@yahoo.fr.

Espero sempre poder ler seus artigos nos grandes jornais do Brasil. Pelo menos, acompanharei diariamente seu blog.

Um abraço,
Fabio Mello
Curitiba-PR