Hoje, no The Observer -, edição dominical do jornal britânico The Guardian -, há uma boa reportagem sobre a morte por anorexia da modelo brasileira Ana Carolina Reston.
Tom Phillipps, o autor da matéria, escreve muita coisa interessante sobre o assunto. Mas não reflete sobre o fato de que a estetização da magreza existe há bastante tempo na indústria da moda. Começou justamente em Londres, nos anos 1960, como comentei aqui, mencionando o caso da magra Twiggy, a topmodel do Swinging London.
De uma maneira geral, o artigo ilustra uma prática jornalística pouco seguida na imprensa brasileira: a reportagem de fundo, preparada num largo espaço de tempo e amadurecida por considerações que lançam novas luzes sobre um determinado evento.
P.S. - Hoje, 19/01/2007, foi a vez do Libération abordar o assunto, num dossiê com testemunhos de várias modelos brasileiras.
2 comentários:
Em todo caso a culpa é sempre da industria de moda
Paulinha
Uma questão cultural, sob o ponto de vista ocidental.
Convencionou-se um tipo de beleza para a mulher modêlo - padrão de beleza para as passarelas e capas de revistas famosas do mundo da moda.
A negra, pecisa ter traços ocidentais do branco, com seus cabelos estirados,(se não tiver estira-se à força)e nariz afilado para poder ser uma modêlo de sucesso. As revistas, as televisões, e o próprio ambiente, colaboram para esse quadro. No colégio que minha filha estudava, tinha uma criança negra que era discriminada por ter seu cabelo "ruim" para os padrôes de beleza ocidental. Somos uma sociedade racista e preconceituosa, e vemos beleza no feio que nos ensinaram ser belo, e feiura no belo que nos ensinaram ser feio.
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