sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

A morte de Lady Diana

O alarde a respeito do final do inquérito britânico sobre a morte de Lady Diana deixou de lado aspectos importantes do acontecimento. De saída, não há novidade nenhuma no inquérito. A comissão dirigida por Lord Stevens chegou às mesmas conclusões que o inquérito da justiça francesa concluído em 1999. O acidente aconteceu porque o chofer da Mercedes estava de porre, rodando muito acima da velocidade permitida no túnel da avenida parisiense, fugindo de paparazzi em motos e carros. A Mercedes não havia sido sabotada e não houve nenhum complô para matar Diana e Dodi al-Fayed.
Tudo isso, os investigadores britânicos, que acompanharam o inquérito francês, já tinham como coisa certa. A única novidade, um pouco acessória, foi revelada pelo semanário londrino The Observer: o chofer da Mercedes era informante do Serviço Secreto francês (DST) e a CIA podia estar escutando as conversas telefônicas de Diana. Ocorre que a policia francesa tem dezenas de informantes deste genero, e que CIA pode grampear conversas de muita gente mundo afora.
Porém, não foi só por isso que o govêrno britânico gastou 3,6 milhões de libras no inquérito mais caro da Inglaterra, ouvindo mais de 400 testemunhas e especialistas, entre os quais o Príncipe Philip. O inquérito visa desmentir as acusações de complô lançadas e repetidas pelo milionário egípcio Mohamed al-Fayed. Pai de Dodi, ele pretende que os serviços secretos ocidentais mataram Diana e Dodi porque não queriam ver os dois casados e o nascimento de um filho deles, o qual seria muçulmano e meio-irmão do futuro rei da Inglaterra.
Mas as investigações visam também -, e sobretudo -, dissipar dúvidas no seio da comunidade islâmica inglesa, traumatisada pela guerra no Iraque e no Afeganistão e atravessada por correntes jihadistas que perpetraram o massacre no metrô de Londres, em julho de 2005.

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