terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Maluf e o mundo após o 9/11

Sem desmerecer o empenho dos magistrados e dos investigadores do Ministério Público de São Paulo, responsáveis pelo inquérito que desembocou agora na denúncia de Paulo Maluf e familiares por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, é interessante sublinhar os aspectos internacionais do assunto. Tudo leva a crer que a parte mais suculenta das provas do processo provém do material entregue à justiça brasileira pela justiça européia e americana.
Depois do 9/11, e sob pressão dos Estados Unidos, os governos europeus deram uma arrochada no controle dos movimentos de contas bancárias suspeitas. Somas acima de certa quantia entram nos radares da polícia européia quando são transferidas de um banco para o outro.
Tal foi o motivo que levou Maluf a ser intimado a depor, durante quatro horas, em Paris, em julho de 2003. Graças ao furo do jornalista Reali Júnior, correspondente do Estadão na França, soube-se que ele era dono de uma conta de 1,8 milhão de dólares, aberta numa agência parisiense do Crédit Agricole e considerada suspeita pela justiça francesa.
O endurecimento da legislação americana e internacional depois do atentado ao Trade Center em Nova York estendeu-se a outras áreas, como o controle da imigração clandestina nos EUA. Muitos brasileiros, candidatos a imigrantes ou já instalados no solo americano, têm sido vítimas indiretas destes desdobramentos do 9/11.

Todavia, pode-se considerar que Paulo Maluf é o primeiro político brasileiro importante atingido pelas repercussões legais do atentado ao Trade Center.

2 comentários:

Anônimo disse...

Saudações do Brasil.

Uma preciosa descoberta no Blog do Paulo Henrique, parabéns.

Sobre o post, é sem dúvida uma grande descoberta a cerca do serviço secreto norte americano.
Eles mapearam o mundo, com nome de ruas e números de casas. Outro dia, vi minha mãe com uma cuia de feijão no quintal de um pequeno sítio em Icapuí -Ce, no Google Heart.
Abraços,

Carlos Medeiros.

Anônimo disse...

O Pinochet caiu numa investigação do Congresso dos Estados Unidos, na virada de 2004 para 2005. Os parlamenatares norte-americanos usaram o tal Patriot Act, a lei do pós-11 de setembro, para caçar terroristas e encontraram 128 contas do ditador chileno. Era depósitos no Banco Riggs, salvo engano. Deu um rolo danado no Chile, e pude assistir à confusão quando estive lá em abril de 2005. É uma história de propina com venda de armas, denúncias de dinheiro do narcotráfico. O curioso é que se trata de uma lei "estado de sítio", o Patriot Act, como já definiu o Paulo Eduardo Arantes.
PS: nem precisamos dizer que o blog está muito bom.

enio