Heitor Villa Lobos viveu muito tempo em vários lugares de Paris. No n°13 da praça Saint Michel existe a placa acima marcando sua presença na cidade. Em outro lugar também. Mas falerei disto mais tarde. Num livro exemplar -, Villa-Lobos à Paris: un écho musical du Brésil, Paris, L'Harmattan, 2004 -, a historiadora Anaïs Flechet, professora na Universidade de Paris I Panthéon Sorbonne, mostrou tudo o que Villa deve a Paris. Mostrou como Villa Lobos, um compositor caretaço e imitador dos clássicos, evoluiu em Paris sob a influência de Darius Milhaud (com quem convivera no Rio em 1917) e da música de vanguarda francesa. Paradoxalmente, foi a partir desta influência estrangeira que Villa Lobos aprofundou seus estudos e sua produção sobre a música popular brasileira, tornando-se a encarnação do nacionalismo recuperado por muita gente, de Getúlio Vargas a Glauber Rocha.
Pensando bem, não há nada de paradoxal neste retôrno de Villa Lobos às raízes brasileiras a partir da influência cultural recebida no estrangeiro: Joaquim Nabuco escreveu O Abolicionismo em Londres, Gilberto Freyre concebeu Casa Grande e Senzala em Nova York, Celso Furtado escreveu Formação Econômica do Brasil na Universidade Cambridge.
Um comentário:
e voce, onde começou o seu chef d'oeuvre, o "trato dos viventes"?
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