terça-feira, 22 de abril de 2008

Onde fica Israel?

Lula viaja mundo afora, visita países, conversa com chefes de Estado. E Lula tem razão. O Brasil tem tamanho, é um país pacífico, com potencial geopolítico e uma população vinda do mundo inteiro. Deve estar presente nos lugares em que se decidem as grandes questões. Assisti em Paris, em abril de 1976, a passagem do presidente-ditador Geisel, sob protestos que mobilizaram não só a esquerda e os republicanos de todas as tendências, como também os bispos franceses. Apoiei essas reações e também fui para a rua vaiar o ditador. Fico agora contente de ter visto presidentes como FHC e Lula serem bem recebidos e respeitados em toda parte. Nas Américas, na Ásia, na África, no Oriente Médio.
Mas Lula deve ir também a Israel. Trata-se da algo fundamental para consolidar a respeitabilidade da diplomacia brasileira e confirmar a pluralidade de nossa cultura.
Quando aconteceu em Brasília, em maio de 2005, o encontro entre os países árabes e os países sul-americanos, iniciativa judiciosa e importante, mas criticada pela maioria dos jornalistas brasileiros -, com a honrosa exceção de Jânio de Freitas e Eliane Catanhêde -, o ministro Celso Amorim afirmou que estava planejada uma visita de Lula a Israel. Passados três anos, o chanceler
esteve em Tel Aviv, em fevereiro deste ano, com o primeiro-ministro Ehud Olmert. Disse, segundo a BBC, “que existe a possibilidade de uma visita do presidente Lula a Israel”.
Quer dizer então que existe igualmente a possibilidade de Lula completar dois mandatos, dar várias vezes a volta ao planeta em viagens oficiais, e não parar nunca em Israel?

15 comentários:

Anônimo disse...

Recordo-me de ter acompanhando essa reunião com os países árabes q apenas os dois jornalistas da Folha se posicionaram a favor ao encontro. Tb me recordo q ao assistir "A noiva síria" (filme q trata do imbróglio de uma determinada região do oriente médio) haver a aparição discreta de uma bandeira brasileira - provavelmente uma referência ao posicionamento do governo Lula em relação a retirada de Israel das Colinas de Golã. Um país dito pacifista deveria, sim, estreitar o relacionamento com Israel e mesmo q não haja um engajamento do tipo "Jimmy Carter" o Lula poderia apoiar a paz oriente médio. Agora não sei se os negócios com o oriente médio (e isso inclui possivelmente o comércio de armas) poderia azedar com uma aproximação do Brasil com Israel. Faz sentido?
Abraços!

J.Eduardo R. de C disse...

Não entendo sua insistência com relação a Israel. Mas partindo de seu raciocínio, se esta viagem vier a ocorrer, Lula também terá a obrigação moral de visitar os territórios ocupados e as autoridades palestinas. Se não será apenas mais uma visita protocolar como tantas que Israel recebe. Ou seja, insignificante!
Um abraço!

Anônimo disse...

Caro Prof. Alencastro,
A resposta a sua pergunta me parece que é sim e tem mais, pior ainda é a possibilidade do Lula terminar o segundo mandato sem assumir as rédeas do BC, se teve que engolir em 2003 o homem da FEBRABAN via “Consenso de Washington”, agora com o Investment Grade (que se espera que faça bem), ficou mais difícil. Mas como diz o Delfim, “com o terrorismo do BC nas ultimas atas. Desestabilizou a própria expectativa de inflação”. “O BC se meteu num cabo-de-guerra com o Ministério da Fazenda”,..., “e ninguém explica por que o Brasil tem que ter o maior juro do mundo,...”.
E o Lula se sente eterno, mas como se diz, o perigo é que quanto mais alto maior o tombo.

Com o pioneirismo dos biocombustíveis, veja a ironia, que começou na ditadura e o Delfim de então, diferente do octogenário de hoje, com o potencial agroenergia ensolarada com céu de brigadeiro, como diz o Prof. Ignacy Sachs, com mar de rosas e pétalas negras, mas a elite continua a cultivar o espírito francês de vick.
Será que iremos perder novamente o rearranjo de poder no mundo, o que dirá lá de cima Celso Furtado e seus pares?
Sds,
JSB

Anônimo disse...

Também não entendo esta insistência na visita de Lula a Isael. Acho que uma das políticas que merecem elogios para o governo é sua política externa. Salvo a ocupação militar no Haiti. Ir a Israel, um estado belicista, expansionista e podemos dizer fundamentalista, é de certa forma complicado. Quando este estado ocupa territórios de outro povo fica muito mais complicado. Até por ser um enclave norte americano no coração do Oriente Médio, entendemos um certo silêncio internacional a favor da causa nacional Palestina. Agora, uma visita sem um claro posicionamento sobre os acordos de paz e uma visita ao governo eleito Palestino seria uma grande bola fora.

Anônimo disse...

Caro Prof. Alencastro,

Telegrapg, hoje: Gorbachev: US could start new Cold War
“Eu às vezes tenho o sentimento que os EUA estão querendo empreender guerra contra o mundo todo”.
("I sometimes have a feeling that the United States is going to wage war against the entire world")

Ontem a Goldman Sachs fez previsão do dólar a U$200,00 o barril em 2 anos.

Só para refrescar a memória, em 2001 ela fez previsão que em 2050 a economia da China seria igual a dos EUA, anos depois corrigiu para 2038/9, e ano passado corrigiu para 2027/8.
Em de 08/03/2008 no IEA-USP, no Seminário Brasil 2020, na apresentação “Tendências Mundiais e Regionais: Horizonte 2020” de Otaviano Canuto dos Santos Filho (Vice-Pres. Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e FEA/USP), prevê equiparação entre China e EUA em 2017 (primeiro slide da apresentação),vídeos e ppts: http://www.iea.usp.br/iea/online/midiateca/futuro/index.html

A entrevista do Gorbachev hoje no jornal inglês, de Paris, pode-se especular o seguinte sobre o atual desgoverno dos EUA: “Se correr o bicho pega se ficar o bicho come”.

Portando, antes do natal pode chegar um presente de grego: Petróleo a U$200,00 dólares o barril.

PS: O ponto fraco no seminário, ao meu ver, foi Carlos Roberto Azzoni. Prevê crescimento do Brasil de 2,5% a 5% (melhor cenário), fica claro o bairrismo paulicentrista. Hááá, se fosse outro Presidente.
Dois (2) anos atrás ouvi de um indiano: O Brasil hoje é o EUA dos anos 60’s”.

Sds,
JSB

Anônimo disse...

Caro Prof. alencastro,

Semelhança e diferença entre EUA e Brasil:

Escrevi, semanas atrás, sobre algumas semelhanças entre as mensagens do candidato Lula de 2002 e do Barack Obama de 2008, apesar das diferenças entre eles e deixei o suspense americano de hoje no ar, filme que já assistimos com replay: A esperança vai vencer o medo?

Uma notável diferença entre os EUA e o Brasil, falando em oportunidade política na democracia e certa tradição democrática, o Lula levou quatro eleições para chegar lá, pelo andar da carruagem, arisco dizer, eles querem agarrar na primeira oportunidade, diante da aparente barco a deriva com o desgoverno .

A outra comparação que se faz do Lula é com Abraham Lincoln, além do preconceito comum, também levou 4 eleições para ser eleito nos EUA, mas isso foi em 1860.

O Brasil hoje não esta no século de XIX de Abraham Lincoln, pode estar na frase do indiano que ouvi dois anos atrás: “O Brasil Hoje é os EUA dos anos 60s/70s”, mas o que salta a vista é ver e ouvir o mundo falar do potencial do Brasil no século XXI e o contraste da mídia maniqueísta e bairrista no Brasil.

Diante do quadro global, do governo conservador atual e da mídia maniqueísta e desigual, fica a pergunta:
O Brasil do século XXI será a potência sonhada para poder contribuir e influir com os caminhos da humanidade sem ser belicoso?

Sds,
JSB

Anônimo disse...

Caro Prof. Alencastro,

Só para o debate, uma visitinha à teocracia de Israel, segundo o escritor israelense Sefi Rachlevsky

BBC: Escritor diz que Israel é 'anormal e sem limites'

“Uma das questões básicas que demonstram a falta de limites é a interferência da religião nas questões do Estado, em muitos aspectos Israel é uma teocracia."

“...,isso não se faz”. “Não é só uma Constituição que falta em Israel, faltam normas de conduta, uma noção do que se faz e do que não se faz.”

“Se Israel quer sobreviver vai ter que começar tudo de novo,....”

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080507_israel60escritorgf.shtml
Sds,
JSB

Anônimo disse...

Bom, bom, o comentario aqui não tem nada a ver com o post. Gostaria que o sr. escrevesse sobre o P.S. francês. Nessas ultimas semanas, o P.S. fez reformulações no ideario (não gosto dessa palavra) do partido etc.. O que o sr. achou?

Anônimo disse...

Parecem transparencias de janelas transvertidas em texto de signos outros.
Será?
Inteligente.
Há.

Anônimo disse...

Professor,o senhor conviveu com a Sra. Violeta Arraes Gervaiseau?
Houve muita repercussão no Brasil,de modo limitado a alguns espaços da imprensa ou da internet.
A repercussão me pareceu maior entre as grandes personalidades.Quem foi,afinal,esta senhora ,tão respeitada e querida;cujo o nome do irmão,Miguel Arraes não a escondeu?

Anônimo disse...

Professor,
sei que o senhor é muito ocupado,mas não abondone tanto seu blog.
Ficamos ávidos.

Claudia disse...

Caro Luiz Felipe,

Por onde andas? Está tudo bem com você? Mais de 3 meses sumido nós ficamos preocupados!

Mande um sinalzinho de fumaça para deixar saber que vc está bem, que andas apenas ocupado!

O envolvimento via blog é real.

Claudia

ana disse...

Olá Felipe,
qual é o endereço do seu blog novo?
bjs, Ana Kehl

Unknown disse...

Israel é um dos países que mais praticam subsídios agrícolas, o que faz de Israel um inimigo diplomático neste quesito especifico, o comércio internacional de comodities agrícolas. Israel é um dos páíses mais irredutíveis em seus subsídios, deve ter seus motivos, mas o Brasil não pode enfraquecer a sua posição diplomática. O país lidera o grupo de nações exportadoras de produtos agrários.

Anônimo disse...

Professor Felipe,
Modestamente discordo de sua pressa nesta necessidade do Presidente brasileiro visita Israel.
O Brasil hoje tem uma nova estatura no concerto mundial.
Vem construindo este novo protagonismo,passa a passo, de uma forma contínua.
Uma visita este país que pratica a limpeza étnica dos palestinos em sua própria casa, que NÃO respeita as Resoluções da ONU, que teima em afrontar o Direito Internacional, ante os olhos de todas as Nações?
Pergunto,cruamente: Não é acender vela para mau defunto?
O que ganha o Brasil?
Parece quase nada.....