sexta-feira, 29 de junho de 2007

Sem saber porquê


Muita coisa para comentar, dentro e fora do Brasil. Mas é difícil deixar de falar de novo da guerra no Complexo do Alemão, depois da foto de Tasso Marcelo, da Agência Estado, publicada na quarta-feira no portal UOL. Mesmo mal editada, ela trouxe à memória a célebre fotografia de Sam Nzima, no dia 16 de junho de 1976, durante o massacre provocado pelo regime de apartheid sul-africano no gueto de Soweto, subúrbio de Johannesburg. Claro que não há apartheid no Brasil, claro que o governo Lula e o governo de Sérgio Cabral, não tem nada em comum com o filo-nazista Vorster, primeiro-ministro sul-africano em 1976.
Mas as duas fotos transmitem o mesmo desespero de gente que tem muito em comum. Gente do Atlântico Negro, que vive em favelas, que tem seus direitos desrespeitados, que leva tiro da polícia sem saber porquê.
O menino da foto de Sam Nzima tinha 12 anos e se chamava Hector Pieterson. Hoje em Soweto há um memorial com o seu nome, homenageando as duas centenas de pessoas mortas em junho de 1976.
Como se chamava a criança da foto do Alemão? Que idade tinha? Será o menino de 13 anos, um dos três adolescentes incluídos nos 19 mortos da quarta-feira,
coletivamente catalogados pela polícia e por uma parte da imprensa como “bandidos”?

7 comentários:

Unknown disse...

A cobertura de guerra é mesmo sempre assim. A imprensa assume um lado: o lado mais forte.

Vera Pereira disse...

Já que o professor está em Paris não sei há quantos anos e não no Rio de Janeiro dos últimos dez anos, sugiro que leia a reportagem de capa da Carta Capital desta semana. Dá pra entender um pouco melhor a situação.

Anônimo disse...

As imagens são chocantes, mas precisamos chocá-los para ver se dão um basta à violência.

Professor Alencastro, sua bênção.

Criamos o selo "Blog Activista" para todos os bloggers que lutam em favor dos direitos humanos e que são contra a toda forma de injustiça. O "seqüencias parisienses" foi indicado por leitores assíduos, por isso, se aceitar essa humilde monção, passe na bodega, copiei o banner e faça parte dessa corrente de luta.

Abraços,

Antonio Carlos Medeiros, seu servo.

Anônimo disse...

Temo que começamos a viver um apartheid, sim. Um apartheid social, não referendado pela lei - como foi na África do Sul. O Rio está a um passo da haitização. E os outros estados não estão muito longe. Ou reparte-se o bolo ou entramos definitivamente na barbárie.

Márcia W. disse...

Professor
Concordei com o Tales. Aliás a primeira coisa que veio à minha cabeça quando li essa notícia foi o caso da empregada doméstica espancada por uns mauricinhos entediados no Rio.

Outra disse...

Embora não institucionalizado, convivemos com o Apartheid diariamente. A "distância" existente entre morro e asfalto é um exemplo dessa segregação. Que este artigo seja instrumento de reflexões.

Luana Santos / Belo Horizonte-MG

Anônimo disse...

Acredito que o que realmente diminuiu a violência e criminalidade, foi a MP do jogo,
Pois no eu vejo em meu cotidiano e o grande estopim da corrupção e criminalidade,
Já que o mesmo utilizam o Merchant de casas de prostituição, pontos de vendas de bebidas e drogas, casas noturnas, movimentam um turismo informal e assim abstendo-se da credibilidade dos meios de transportes alternativos, e ao redor ergue-se um grande esquema de proteção usando os sistemas de segurança corrompido-os, assim com filosofias alcaponicas, se formam um grande clam de corrupção, com troca de favores, em pro do dinheiro fácil e sujo, sujeito assim à formação de grupos de extermínio, como forma de provocar o medo e se eliminar aqueles que contrapõem a supremacia de seus comércios, a máfia da imprensa suja com suas propagandas pro jogo e, a máfia da investigação podre, formando assim a máfia das intrigas políticas, a máfia da propaganda eleitoral a máfia do desvio de dinheiro publico, e assim a máfia da segurança particular, a máfia da desmoralização social do individuo, a máfia do recrutamento do adolescente no tráfico, máfia das funerárias, a máfia dos transplantes de órgãos.A máfia do IML, a máfia da degradação institucional da segurança pública, a formação de milícias facilitando o trafico de drogas e a contravenção, a máfia da venda de armas a máfia do comercio, a máfia dos seqüestros e roubos, a máfia dos bancos com retenção de contas milionárias dos chefes dos esquemas, a máfia industrial, e por ai vai, tudo como um ciclo vicioso em pro do jogo e do dinheiro fácil.E privilégios dos esquemas de corrupção.A máfia das liminares jogando os bacharéis de alto escalão na lama; Acredito que uma das soluções para isto e a criação de outras policias como forma de fiscalização e descentralização de poderes, vejo, por exemplo, hoje uma policia civil lotada de poderes, eu como cidadão não me sinto à vontade quando percebo que a mesma policia que toma conta de criminosos, assegura os cidadãos de bem empresariados, e sistemas corporativos acredito que isto não seja justo terem também ampla possibilidade de investigação ao cotidiano do cidadão. Como sabemos que o homem e produto do meio e o meio desta policia e com certeza pior que grande parte da população.Acredito que este sistema de segurança atual como vemos não ofereça confiança nem credibilidade. Vejo em noticiários de jornais a policia civil arrumando sarna para a policia militar se coçar, como a facilitação de vendas de armas e esquemas de corrupção jogo e trafico de drogas, eu dou meus parabéns a lula pela MP e me sinto envergonhado de um congresso de não ter coragem de transformá-la em lei. Deixando todos os contraventores aguardando momentos de investidas nos próximos governos. Talvez os congressistas também estejam desejando obter benefícios deste sistema?!