No dia 19 deste mês, Miguel Arraes faria 90 anos. Quando morreu, há um ano e meio, a imprensa brasileira, estampando o seu provincianismo aos quatro ventos, publicou necrologias que o reduziam a simples figurante da política pernambucana. Muita gente não tem nem idéia do papel excepcional que Arraes teve durante suas estadias em Argel, em Paris e em Lisboa. Não somente entre os movimentos de exilados brasileiros, como também entre líderes do que se chamava na época “Terceiro Mundo”, e em particular entre os dirigentes independentistas da colônias portuguesas e, ainda, em Portugal após a Revolução dos cravos, em 1974. Além de Amilcar Cabral, Agostinho Neto e Samora Machel (de quem foi amigo muito próximo), Arraes teve encontros e discussões políticas com Arafat, Mario Soares, Willy Brandt, Jacques Delors e Mitterrand.
Um leitor anônimo lisboeta (“Um belo artigo sobre um ilustre brasileiro que conheci,com muita honra,aqui em Lisboa”) -, a quem agradeço -, enviou-me a referência do artigo (em francês) do jornal argelino El Watan, publicado em Oran há tres dias, que saúda a memória de Miguel Arraes.
Um comentário:
Lula Arraes:Felipe,saudades em que tomávamos café na place d'Italie;eu vindo da rue des Écoles caregado de jornais brasileiros para lhe entrgar(O Estadão,sobretudo)e você da rue Fagon(número 5,se não me engano;onde Gusto havia morado.Era junto de uma escola e o tempo era controlado pelo barulho das crianças no recreio).
Se não me engano você selecionava artigos("clipping")para o nosso doutor.
Abraço fraterno
Lula.
Postar um comentário