Alinho de maneira aleatória algumas notas escritas durante a viagem pelo Brasil.
A carpete do anexo do aeroporto Santos Dumont, inaugurado há alguns meses, já está rota como um tapete de bordel. As paredes externas da parte recentemente reformada de Congonhas parecem ter mais de cem anos. Não dá para entender a falta de cuidado.
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Andei bastante no metrô de SP e do Rio. Em geral, me parecem limpos, rápidos e seguros. É verdade que outro dia um passageiro foi assaltado e levou um tiro na saída da estação Trianon-Masp, em SP. Mas ele já estava fora do metrô. Talvez seja esta violência extramuros que torna o metrô brasileiro seguro. Explico-me: como os roubos são quase sempre à mão armada e podem gerar tiroteio (com a polícia, com os seguranças e com eventuais passageiros armados), o risco assumido por qualquer ladrão dentro do metrô é muito elevado. O vulgar batedor de carteira, o pickpocket – encontradiço nos metrôs de Paris, Londres e Nova York - cuja maneira de agir baseia-se na na discrição absoluta, segue um método absolutamente incompatível com a estrepitosa violência urbana brasileira (veja-se a crítica de Roberto Ribeiro ao célebre filme Pickpocket (1959), de Robert Bresson). Daí o fato de haver poucos roubos destes – comparando por exemplo com Paris – no metrô de SP e do Rio.
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A TV mostra publicidades do balacobaco. Há um anúncio de um grande banco estrangeiro espalhado pelo Brasil, alegando que um sujeito com cara de palerma, atendendo pelo nome de Beto, “se apaixonou pelo mercado financeiro” depois de utilizar os serviços do dito banco. Até quando vai passar esta pornografia no horário livre?
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Andei bastante no metrô de SP e do Rio. Em geral, me parecem limpos, rápidos e seguros. É verdade que outro dia um passageiro foi assaltado e levou um tiro na saída da estação Trianon-Masp, em SP. Mas ele já estava fora do metrô. Talvez seja esta violência extramuros que torna o metrô brasileiro seguro. Explico-me: como os roubos são quase sempre à mão armada e podem gerar tiroteio (com a polícia, com os seguranças e com eventuais passageiros armados), o risco assumido por qualquer ladrão dentro do metrô é muito elevado. O vulgar batedor de carteira, o pickpocket – encontradiço nos metrôs de Paris, Londres e Nova York - cuja maneira de agir baseia-se na na discrição absoluta, segue um método absolutamente incompatível com a estrepitosa violência urbana brasileira (veja-se a crítica de Roberto Ribeiro ao célebre filme Pickpocket (1959), de Robert Bresson). Daí o fato de haver poucos roubos destes – comparando por exemplo com Paris – no metrô de SP e do Rio.
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A TV mostra publicidades do balacobaco. Há um anúncio de um grande banco estrangeiro espalhado pelo Brasil, alegando que um sujeito com cara de palerma, atendendo pelo nome de Beto, “se apaixonou pelo mercado financeiro” depois de utilizar os serviços do dito banco. Até quando vai passar esta pornografia no horário livre?
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Fiquei perplexo com a tarifas extorsivas e despropositadas cobradas no Brasil e, sobretudo, pelas taxas escandalosas do ‘roaming’ de um município para o outro. Hoje no Herald Tribune há uma matéria mostrando como a União Européia botou pra quebrar e forçou as companhias de celulares daqui a baixarem as tarifas de « roaming »
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Canal Brasil é a melhor coisa que existe na TV brasileira. Sobretudo quando você está num apê frio numa praia no inverno. Vi coisas que gostaria de ter visto quando não morava mais no Brasil, outros filmes de que tinha ouvido falar e outros que nem conhecia. Vi, entre outros, Floradas da Serra,(1954) de Luciano Salce, com Jardel Filho e Cacilda Becker: é ruim, mas é bom. A jovem Cacilda Becker, visivelmente vestida e penteada para parecer com Katherine Hepburn, é de uma beleza estonteante. O filme se passa em Campos de Jordão, filmado como se fosse um resort europeu ou americano. Deve ser por isso que não aparece nenhum negro nos 100 minutos da película: nem mesmo como garçom ou engraxate. Os caras queriam, de qualquer jeito, fazer o Brasil parecer um país de brancos. Nos anos 50 esse tipo de tramóia ainda colava.
P.S. - Estou migrando meu blog para o UOL. Onde colaboro no UOLNews. A ferramenta é diferente: deu para levar os meus posts, mas não os comentários dos leitores. Durante algum tempo ficarei postando nos dois lugares.
Um comentário:
Olá, desculpe mas não vou comentar o post. Só gostaria de saber o que pensa sobre a polêmica dos livros didáticos, alguns grandes orgãos da imprensa (Folha, Estado, Veja)estão condenando fervorosamente livros "tendenciosos". Entrei aqui imaginando que possivelmente teria escrito algo sobre o assunto, enfim, fica aí o conselho. Abraço.
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